Deu empate na briga entre brasileiros e estrangeiros pelo topo do pódio da 26ª Volta Internacional da Pampulha Bradesco, realizada na manhã deste domingo, em Belo Horizonte (MG). No feminino, em uma chegada emocionante e apertada, a vitória foi da brasileira Amanda Aparecida de Oliveira, quebrando um jejum de 11 anos sem triunfo nacional.
Ela marcou 1h07min05 para os 18 km em torno da Lagoa da Pampulha, apenas um segundo à frente da queniana Naum Jep Chirchir (1h07min06) e dez segundos à frente de Viola Kosgei, campeã em 2023. Amanda também entrou para a história ao se tornar a primeira atleta de Minas Gerais a vencer a elite feminina da Volta da Pampulha em 26 edições.
No masculino, o queniano Wilson Maina, que vive em Pouso Alegre (MG), ficou com o título ao completar o trajeto em 55min23, pouco mais de um minuto à frente do brasileiro Giovani dos Santos, que marcou 56min44. O terceiro lugar ficou com o também brasileiro Gilmar Silvestre Lopes, com 58min14.
A 26ª edição da Volta da Pampulha foi um show de técnica, superação e emoção. Entre corredores de elite e o enorme pelotão geral, o evento movimentou a capital mineira em grande estilo, reforçando a tradição e a força da prova no cenário nacional. Certamente, independentemente do objetivo de cada um, os milhares de participantes voltaram para casa realizados.
O atletismo brasileiro vibrou com o desempenho de Amanda de Oliveira, 28 anos, natural de Mercês (MG). A atleta não se intimidou diante das fortes adversárias, esteve sempre no pelotão da frente e venceu com autoridade, levando o público ao delírio. Amanda ressaltou que treinou de forma intensa, especialmente subidas, para encarar a parte final do percurso.
“Gente, eu estou muito feliz. Vou levar essa vitória para casa com um orgulho imenso para a minha família. Foi muito doloroso, mas valeu a pena. O segredo é dedicação de vida — e muito treino. No final, achei que não ia dar mais, mas falei que ia acreditar até o fim. A linha de chegada é só no final. Trabalhei muito subida, e deu certo”, afirmou, após sua quinta participação — com dois vice-campeonatos e um terceiro lugares anteriores.
Duelo de gerações
Na disputa masculina, os dois principais nomes — o queniano Wilson Maina, 32 anos, terceiro colocado em 2023, e o brasileiro Giovani dos Santos, 44 anos, seis vezes campeão da prova — corresponderam às expectativas. O confronto ganhou até tom regional, já que Maina treina e mora em Pouso Alegre. No final, prevaleceu a juventude do queniano, que dominou o trecho decisivo e abriu mais de um minuto de vantagem. “Estou contente com a vitória. Apesar da alta umidade, que dificulta bastante, fiz um bom treinamento e deu tudo certo. No ano passado fui terceiro, este ano venci e, no próximo, quero melhorar minha marca”, declarou o campeão, que já arrisca algumas frases em português.
Giovani, por sua vez, mostrou que segue competitivo. “Estou satisfeito. Afinal, são mais de dez anos de diferença, e consegui chegar bem. Essa prova é especial para mim e vim preparado para brigar pelo pódio. Agora o foco é tentar garantir uma vaga na São Silvestre, no dia 31 de dezembro”, afirmou.
Resultados
Masculino
1. Wilson Mutua Maina (Quênia), 00:55:23
2. Giovani dos Santos (Brasil), 00:56:44
3. Gilmar Silvestre Lopes (Brasil), 00:58:14
4. Daniel Santana de Souza (Brasil), 00:58:39
5. Gosa Bagale Seyoum (Quênia), 00:58:42
Feminino
1. Amanda Aparecida de Oliveira (Brasil), 01:07:05
2. Naum Jep Chirchir (Quênia), 01:07:06
3. Viola Jelagat (Quênia), 01:07:15
4. Alemtsehay Adbaru Gebeyehu (Etiópia), 01:07:21
5. Anastacia Rocha Pereira (Brasil), 01:08:11
Mais informações: www.voltadapampulha.com.br |